Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro eles alçam vôo como de um alçapão, eles não têm pouso nem porto alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti... (Mário Quintana)
sábado, 20 de setembro de 2008
Auto definição
O Poder da Burrice
O que significa burrice? O conceito não tem uma definição teórica indiscutível. Não é o oposto de inteligência: há pessoas inteligentes que, vez por outra, fazem o papel de burras.Uma definição convincente foi dada pelo historiador e economista italiano Carlo Cipolla: “Uma pessoa burra é aquela que causa algum dano à outra pessoa ou a um grupo de pessoas sem obter nenhuma vantagem para si mesmo – ou até mesmo se prejudicando.” A burrice tem a peculiar vocação de se traduzir em ações, e por isso mesmo se torna perigosa. Segundo Cipolla, que identificou cinco “leis fundamentais da burrice” , até mesmo os mais inteligentes tendem a desvalorizar os riscos inerentes à burrice.
E ela é mais perigosa que a crueldade: esta, tendo uma lógica compreensível, pode pelo menos ser prevista e enfrentada. Para começar, pensemos naqueles que, em tempos de Aids, mantêm relações sexuais sem proteção ou nos que não usam um antivírus no próprio computador, expondo a si mesmos e aos outros ao contágio de vírus reais ou virtuais. A burrice sempre ofereceu cenas e personagens cômicos, como no conto de Andersen A roupa nova do imperador, no qual dois alfaiates mal-intencionados convencem o rei a vestir uma roupa maravilhosa, invisível para as pessoas burras. Era uma armadilha: ninguém queria admitir a própria burrice nem contradizer o soberano afirmando não ver a roupa (que de fato não existia). Só um menino teve a coragem de dizer que o rei estava nu, revelando a trapaça. Mas, atenção: rir da burrice pode deixá-la “simpática” e, portanto, desvalorizada. Se na ficção o estúpido é facilmente reconhecido, na vida real as coisas são diferentes.A burrice tem três características fundamentais:
Todos temos um fator de burrice maior do que imaginamos. Ele leva cientistas a só considerar um estudo sério quando coincide com seu ponto de vista. Mas o otimismo, mesmo sem base sólida, prolonga a vida, como demonstraram freiras norte-americanas.
Campeões da confusão
O cinema está repleto de heróis estúpidos que armam confusões sem fim, para si e para os outros, resultando em divertidas comédias. Veja, a seguir, algumas das mais famosas:
O PODER – SEJA ELE político, econômico ou burocrático – aumenta o potencial nocivo de uma pessoa burra. Um exemplo extremo é dado no filme Dr. Fantástico, de Stanley Kubrick. Nele, um grupo de estúpidos de grau máximo pensa em detonar uma carga explosiva nuclear que levará ao fim do mundo, por uma simples frivolidade.Por seu lado, o rei Luís 16, no dia 14 de julho de 1789 (a data da Queda da Bastilha, evento que deu início à Revolução Francesa), escreveu em seu diário: “Hoje, nada de novo.” O mesmo obtuso e burro senso de invencibilidade fez o general George Custer supervalorizar suas forças e atacar os índios em Montana (EUA), em 1876. Resultado: centenas de soldados do Exército norte-americano foram massacrados pelos índios sioux e cheyennes no riacho Little Big Horn. Ou, ainda, levou Napoleão a atacar a Rússia em pleno inverno de 1812: o Exército francês foi dizimado pelo frio e pela exaustão. Sem contar as previsíveis tragédias das guerras do Vietnã e do Iraque de hoje. Em cada um de nós há um fator de burrice que é sempre maior do que imaginamos. Isso não é, necessariamente, um problema. Ao contrário, a estupidez tem uma função evolutiva: serve para nos fazer agir precipitadamente, sem pensar muito, o que em certos casos se revela mais útil do que não fazer nada. A burrice nos permite errar, e na experiência do erro há sempre um progresso do conhecimento. Assim, o ponto-chave para anular a burrice está em reconhecer os próprios erros e se corrigir. Como dizia o escritor francês Paul Valéry: “Há um estúpido dentro de mim. Devo tirar partido de seus erros.” Como? Um estudo da Universidade de Exeter (Grã-Bretanha), publicado no Journal of Cognitive Neuroscience, identificou uma área do cérebro – no córtex temporal – que é ativada quando está para se repetir um erro já cometido: um sinal de alarme nos impede de recair na mesma situação. Se na base da burrice existisse uma anomalia localizada, talvez um dia pudéssemos corrigi-la com uma cirurgia. Desde que não caíssemos nas mãos de um cirurgião idiota.
TODOS NÓS ESTAMOS prontos a admitir que somos um pouco loucos, mas burros, jamais. Fuçando na literatura científica, é possível descobrir que somos um pouco burros, cada qual de um jeito diferente; mas o cérebro funciona de forma a nos esconder essa realidade. E mais: podemos descobrir que, apesar de tudo, é melhor assim. As estatísticas indicam que 50% dos motoristas não sabem dirigir: um tem dificuldade para estacionar, outro circula a 20 km/h, um terceiro ocupa duas faixas como se a rua fosse dele. Mas quem não sabe dirigir não tem consciência disso, ou desistiria, preferindo o transporte público e aumentando, assim, as próprias (e as alheias) possibilidades de sobrevivência. O mesmo exemplo pode ser aplicado às pistas de esqui, ao universo de trabalho, ao campo de futebol e assim por diante. Quem é suficientemente inteligente para reconhecer que não sabe guiar direito? Se formos a um hospital e entrevistarmos os recém retirados das ferragens de um carro, descobrimos que ninguém admite integrar a categoria dos incapazes. Pesquisas mostram que 80% das pessoas internadas por acidente de carro acreditam pertencer à elite dos motoristas com habilidades superiores à média. E a responsabilidade do acidente? A maioria atribui seus erros à falta de sorte ou a algum idiota que cruzou seu caminho.
E TEM MAIS. Imagine-se agora como um verdadeiro fracassado em um determinado setor – por exemplo, na pintura, na natação, em estatística. E tente imaginar ser suficientemente inteligente para admiti- lo. Não se iluda: também aqui seu lado burro será revelado. “Seu cérebro encontrará um obstáculo, atenuando a importância daquele setor”, explica Cordelia Fine, pesquisadora no Centro de Filosofia Aplicada e Ética Pública da Universidade de Melbourne (Austrália). “Aquela carência não o incomodará mais”, prossegue ela, “pois seu cérebro tenderá a considerar o desenho, a natação e a estatística como atividades supérfluas”. Assim, é melhor nos contentarmos em admitir que nossas fraquezas são comuns o bastante para fazer parte da falibilidade humana, enquanto nossos pontos fortes são raros e especiais.Há uma explicação para esse comportamento? “A falência é a principal inimiga do nosso ego e da nossa auto-estima. É por isso que o cérebro, um grande vaidoso, faz o máximo para bloquear o caminho a essa hóspede indesejada”, acrescenta a pesquisadora.Isso não é uma grande novidade, visto que no frontão do templo de Delfos, na Grécia, estava escrito: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses.” Mas o autoconhecimento não é tão fácil: a idéia de quem somos varia de acordo com as necessidades. Em 1989, Rasyid Sanitioso e Ziva Kunda, na época psicólogos na Universidade de Princeton (EUA), mostraram a alguns jovens pesquisadores falsos estudos que documentavam um maior sucesso das pessoas extrovertidas. A outros deram pesquisas que premiavam os introvertidos. Pois bem: os estudantes se identificavam com qualquer dos traços de personalidade apresentados como passaporte para o sucesso...
VÁRIAS ESCOLHAS absurdas são feitas de maneira burra, sem uma avaliação dos prós e contras, dados e estatísticas reais. Casar-se, por exemplo, é uma decisão que implica um vínculo para toda a vida. Quem, cruzando as portas da igreja ou do cartório, tem a perfeita consciência de que, segundo as estatísticas, o casamento tem 50% de chance de dar errado? No momento do “sim”, só sabem disso os pais dos noivos, os avós, os amigos, parentes e até mesmo o padre e o juiz. Os interessados diretos demonstram uma obstinação cega, perfeitamente convencidos de que sua união será uma exceção a todas as regras. Até porque, se não estivessem seguros, a continuidade da raça humana dependeria da péssima eficácia dos contraceptivos e o Homo sapiens poderia já estar extinto.E a capacidade de admitir nossos erros de avaliação? Quase inexistente: estamos atados a nossas convicções como se elas fossem coletes salva-vidas. O que pedimos ao mundo não são novos desafios a nossas ideologias políticas e sociais. Preferimos amigos, livros e jornais que compartilham e confirmam nossos iluminados valores. Mas, cercando-nos de pessoas oportunistas, reduzimos a chance de que nossas opiniões sejam questionadas.Também nos vários setores da pesquisa, a burrice se apresenta pontualmente: os envolvidos tendem a considerar um estudo sério e convincente quando os resultados coincidem com seu ponto de vista; ou julgam no ultrapassado e cheio de defeitos quando vão de encontro a suas expectativas. Esse fator explica por que muitas vezes é inútil tentar demover um obstinado de manter idéias claramente erradas.Todas as vezes que nosso cérebro pensa no futuro, tende a produzir previsões otimistas. Por exemplo: estamos sempre certos de que nosso time do coração vai ganhar o jogo, embora haja outra possibilidade. As previsões “autocelebrativas” também acontecem nas bancas de apostas, nos cassinos e nas loterias, nas quais as pessoas desperdiçam dinheiro porque a capacidade de julgamento fica dominada pelo desejo de vencer. Qual é a razão desse estúpido otimismo do cérebro? Ele nos protege contra as verdades desconfortáveis.HÁ PESSOAS QUE chegam incrivelmente perto da verdade sobre si mesmas e a respeito do mundo. Elas têm uma percepção equilibrada, são imparciais quando se trata de atribuir responsabilidades de sucessos e fracassos e fazem previsões realistas para o futuro. Testemunhas vivas do quanto é arriscado conhecer a si mesmas, elas são, para muitos psicólogos, pessoas clinicamente depressivas. Martin Seligman, docente de psicologia na Universidade da Pensilvânia (EUA), demonstrou que o chamado “estilo explicativo” pessimista é comum entre os deprimidos: quando fracassam, assumem toda a culpa, consideram-se burros, péssimos em tudo e se convencem de que essa situação vai durar para sempre. E quais são os resultados de tanta (às vezes excessiva) honestidade intelectual? Deborah Danner, pesquisadora da Universidade de Kentucky (EUA), examinou os efeitos da longevidade em 180 noviças norte-americanas, otimistas e pessimistas. Quanto mais otimistas se mostravam às religiosas, mais tempo viviam. As mais joviais viveram em média uma década além das pessimistas. É claro que ser realistas e ao mesmo tempo serenos e otimistas seria o ideal; mas não há dúvida de que às vezes um pouco de burrice faz bem.
Equipe Planeta
Este artigo foi retirado da Revista Planeta edição 432-setembro de 2008
a
domingo, 14 de setembro de 2008
Proposta!
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Digo, sim, meu amado poeta!
para que colhas o mel,
que acalmará a ardência dos teus!
Aplacarei as chamas
desta caldeira ardente,
com a suavidade de minhas mãos e;
abraçar-te-ei até,
que o terremoto abrande e,
permitirei que colhas as gotas
de orvalho que brotam
na relva de meu ventre!
Beijarei teus olhos fechados,
até que o medo passe e vejas,
que estou contigo
(não sou uma miragem) e,
pronta a saciar tua sede,
no oásis que se forma,
na areia de minhas coxas.
Estou aqui, meu amado poeta,
são minhas mãos que te acarinham e,
meus lábios e minha língua quente,
que sugam a vida no céu da tua boca!
Sim, meu amado poeta,
meus olhos são estrelas,
que te iluminam e te orientam,
para que navegues com destreza,
neste mar revolto,
onde as ondas nos jogam,
um de encontro ao outro,
permitindo que nossas curvas,
se achem e se encaixem,
no encontro perfeito...
Sim, meu amado poeta,
minha língua pode ser
o céu ou o inferno,
que te espera decidido,
mas qualquer que seja tua escolha,
levar-te-ei às estrelas
ou a queda abissal,
de um gozo sem fim...
Digo, ainda meu amado poeta,
que esta hora, é muito mais
do que uma hora.
É muito, muito mais
do que um só dia,
é muito mais, é bem mais,
que a eternidade, e,
escreveremos muitos poemas,
eu sobre teu corpo e,
tu sobre o meu,
com tinta de beijos!
a
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Ah! Meu querido amor de além mar...
como eu queria acender teu fogo,
com minhas mãos,
com meus beijos,
percorrendo os caminhos
que mapeei - metodicamente,
no teu corpo!
Afinal, só eu os conheço,
fui eu quem os encontrou
vagarosamente, lembra?
Aqueles pontos,
onde teu peito e tua alma,
estremecem entre meus braços...
E então, me deteria naqueles,
nos quais teus apelos,
não teriam sentido,
pois não saberias,
se pedirias para eu parar
ou continuar...
Quero deixar-te sem razão e,
sem saber se a sensação,
te eleva ao céu,
ou te faz descer ao inferno,
de onde queres fugir,
ou gostaria de ficar,
eternamente!
Ah! Meu querido amor de além mar,
quero tornar-te prisioneiro,
de meu desejo,
quero torturar-te...
deixa minha boca ardente de paixão,
te mordiscar por inteiro,
com meus lábios
percorrendo os recônditos
de seu corpo (que eu mapeei, lembra?),
que nem mesmo tu,
meu louco amor de além mar,
sabia que te dariam tanto prazer!
Ah! Meu querido amor de além mar,
eu sou a própria tentação,
travestida num jeito moleque,
que a todos encanta,
mas a ti não me basta encantar,
quero te enfeitiçar,
quero participar de todos
teus momentos,
estarei presente na tua mente,
no teu corpo, nos teus sonhos,
na tua alma,
que já é tão minha!
a
domingo, 7 de setembro de 2008
Porquê?
ver tudo tão sereno?
Porque ver-te comigo
quando sonho,
e ser tão real?
Te materializo em meus sonhos!
Porque esta sentida ânsia
de te saber distante e proibido?
E agora, meu amor,
quem te consola,
quando estás só e a saudade?
Porque agora querer-te tanto,
se já te amei?
Porquê? Porquê?
Acho que esquecia
que já és um pedaço de mim,
e eu até quis,
que em minha alma
a razão te anulasse,
e eu já não pudesse te sentir meu
no tempo e no espaço.
a
Vida!
em qualquer parte,
nunca terei nada a reprovar-te.
Me destes todos os desencantos,
e também os melhores sonhos.
E em mais de um amanhecer
me surpreendestes,
com o homem amado entre meus braços.
Me destes a inocência necessária,
para escrever poesias a mil coisas.
E ainda que,
nunca te dedique nenhuma,
serás a inspiração dos versos meus.
Me ensinastes a amar
e amei e fui amada,
e suportei todos os golpes
que me destes a cada tanto.
Me entregastes o sol,
as noites,
me destes prazeres e fastio,
para fazer-me sentir que estava viva!
E, me ensinastes que sempre,
nunca é tarde!
E sempre,
tivestes algo a ensinar-me.
Por isso vida,
se um dia me abandonares,
nunca terei nada a reprovar-te.
Estamos em paz!
Siga!
a
É só isso que eu queria!
nessas horas de céu limpo,
sol brilhante e brisa leve.
Eu queria estar contigo
num recanto muito verde e
ter o brilho dos teus olhos.
Eu queria estar contigo
nesses dias nevoentos,
de garoa, cor de cinza.
Eu queria estar contigo
numa casa pequenina,
com jardim, com muitas rosas.
Eu queria estar contigo
quando o vento rodopia e
vem de encontro aos meus cabelos.
Eu queria estar contigo
pra abrigar-me nos teus braços,
com o calor do teu carinho.
Eu queria estar contigo
nos momentos de incerteza,
pra apoiar-me em tua mão.
Eu queria estar contigo
nessas horas de saudade,
chuva mansa e solidão.
Eu queria estar contigo
cada dia, toda hora.
É só isso o que eu queria...
a
Noite!
Asas ao vento.
e olhos no céu.
Há um infinito azul,
à espera do teu vôo.
Há uma terra imensa,
às ordens do teu gesto.
Há um mar inquieto,
ao alcance de tua mão.
Asas ao vento, coração,
e pés no chão.
Há um mundo de justiça
e paz a construir.
Há um universo em crise,
reclamando ação.
E tu, que crês, que amas,
e, por isso, sabes das coisas,
que fazes aí, parado e quieto,
passivo e mudo a olhar o caos?!
Não te detenha a dúvida,
não te acovarde o medo,
não te contenha a segurança.
A vida te foi dada para viver.
Asas ao vento, coração,
e mãos à obra!
a
Quando não estás aqui!
não sei de que maneira
vou senti-lo ao meu lado!
Não sei de que modo,
poderia reter o calor e a forma,
de teu infinito corpo;
teu olhar embevecido,
e a tranparência feroz de teus sorrisos.
Não sei, nem o pressinto,
como e de que maneira
preencher os meus momentos,
talvez contemplando tua foto em silêncio,
quem sabe conversando com a noite
sobre o que recordo.
Quando não estás aqui, amor,
quisera, de certo modo,
não sei como;
eu também desejaria não estar.
a
Louco desejo!
que separa o teu corpo de meu corpo;
e poder aplacar em ti minhas ânsias,
e encontrar tua boca com meus beijos.
Tenho desejo de tê-lo tão pertinho,
que não consiga olhar-te sem soltá-lo.
Um desejo louco,
de encontrar-te aqui, em minha cama,
e amar-te amor, amar-te loucamente.
Tenho ganas de agarrar-me a tua cintura e,
de juntos, nós fazermos mil loucuras,
de poder te acariciar morosamente,
sentindo teu desejo sublimar...
Tenho ganas de entregar-te
minha impaciência, minha ternura,
meu calor, meu despertar e meu amor...
Tenho ganas de encurtar esta distância e,
ao tê-lo em meus braços,
jamais permitir que tu te vás!
a
Todo o meu amor!
a ti consagro,
tome-o, queime-o, derrame-o,
malgaste-o se quiseres.
São teus,
seu crepúsculo e seu ocaso,
sofra-o, padeça-o,
que assim deve ser,
forge-o para ti,
de acordo com tua medida
e semelhança:
terno e agressivo,
doce e caprichoso;
por momentos zeloso,
humilde e altivo.
Todo meu amor aqui,
a ti entrego,
cuide-o,
para que não esvaia-se de tuas mãos,
senão quebrará suas asas em seu vôo e cairá;
e já não terá ânsias de voar,
se acabarão os sonhos,
e terás que despertar.
Cuidado, te rogo, são teus:
seu grito e seu gemido,
seu canto e seu arrulho,
e a partir deste momento estão,
sobre o mais amplo cuidado teu!
a
Meu presente e meu futuro.
Que será do meu caminho sem tua guia?
Que será de cada novo dia, quando
eu busque e não encontre tua presença?
Pelas noites sentirei a tua ausência,
presa a cada lado de minha cama,
e não serão iguais minhas manhãs,
ao faltar-me,
o teu perfume e transparência.
Terei que acostumar a não me ver,
no brilho dos teus olhos que enaltecem,
e sentirei a saudade que reaparece,
quando tua lembrança,
volta a aprisionar-me!
Terei que recorrer a velhos truques,
para apagar tua imagem de minha mente,
mas, tudo será inútil, simplesmente,
porque és meu caminho, e minha meta,
e, ainda que busque te esquecer,
ainda que procure,
és tu a um só tempo
meu presente e meu futuro!
a
És a minha paz!
e guardar a serenata dos grilos,
no silêncio eloqüente desta noite.
A lua nem sequer acordou,
e a brisa murmura canções de amor,
no ouvido daquela árvore quieta.
A vida segreda esperanças,
no perfume das rosas sonolentas,
que acolhem o sereno de prata.
E, nesta infinita quietude,
eu penso em ti.
E sorrio confiante.
Tu és a minha paz!
a
Sonhar!
eu gravei seu rosto.
Do primeiro beijo,
eu ainda sinto o gosto.
Depois nos dançamos,
sem nada falar,
e o teu corpo macio,
e tão bom de afagar.
Depois nos amamos,
e o meu corpo no seu
encontrou sintonia,
carinho e amor,
que tanto buscou.
E agora? Estou só,
mas posso sonhar,
com o beijo primeiro
e o teu corpo macio,
e tão bom de afagar!
a
Buquê de estrelas!
bordado de prata,
e a cada ponto,
reflete no seu brilho mudo,
a forma abstrata das pessoas.
Mas no silêncio destas simbioses
pode faltar vida,
e a estrela,
torna-se em eco sem vozes,
uma estrela perdida, e então cai.
E quando cai se parte em mil pedaços,
o brilho continua e
a sombra é engolida pelos estilhaços,
na solidão do caminho onde vou.
E formo, com os astros que recolho,
teu nome, tua face e assim,
da "profunda escuridão" do teu olho ,
um brilho nasce e se perpetua.
Com um buquê de estrelas na mão,
melhoro a paisagem,
ao inventar,
a mais nova constelação,
em tua homenagem, meu amor!
a
Brinde
nem antes,
nem agora,
nem depois.
Nunca alguém,
te amou assim,
com tanta ternura,
com tanta serenidade,
com tanta loucura
e tanto.
Não posso amar-te mais,
nem menos.
É esta a medida!
Nem me sabia capaz,
de amar desse jeito,
desse tamanho.
Nem pensava,
que pudesse existir
igual amor,
a este que te dou...
Brindemos a ele:
já é infinito.
Que seja, pois,
imortal....
a
Deixa-me afogar-te em paixão.
como tanto quero,
falar com tua alma
desde meu silêncio.
Com ondas de beijos
percorrer teu corpo,
de teu ventre a boca,
me detendo em teus delírios.
Eu quisera tanto
não sentir-te longe,
como quero,
acender meu fogo
na excelsa chama,
que teu corpo me oferece.
Eu quisera tanto, amor meu,
levar-te ao submundo de
minha fantasia,
ali, onde tudo,
se converte em poesia,
amor meu!
Eu quisera tanto tecer ilusões,
te banhar de beijos,
te afogar na paixão e,
brindar-te com um pouco
de minha fantasia,
amor meu.
a
Sou eu...
apenas duas pegadas
nos meus rastros!
Marcas dos meus pés!
Se o vento, a chuva e o mar
desfizerem os sinais,
não importa.
Ninguém,
precisa seguir-me.
O meu caminho
eu devo percorrer,
a minha vida
eu preciso viver.
E os rastros que ficarem,
são meus.
A minha história,
só eu posso escrever.
A minha dor,
sou eu quem sofre.
A minha alegria,
faz vibrar o meu coração.
E o meu pranto,
eu mesma hei de chorar.
É longa a estrada,
beirada de flores
e de espinhos.
Trechos largos,
pedaços estreitos
e tortuosos,
descidas fáceis,
subidas íngremes.
Povoadas de pássaros
e de serpentes.
Com fontes cristalinas
e pântanos enganosos,
mas, é a minha estrada.
Se, pelo caminho,
tropeçar, cair, morrer...
Concedam-me,
o direito de ousar.
Deixem-me em paz,
por favor,
porque eu
sou eu...
a
A minha melhor poesia?
ainda não foi escrita.
Mas, se neste momento,
tiver que fazer a escolha,
fico com aquela,
que escrevi noite passada,
sobre o papel de tua pele,
com a tinta de meus beijos e,
sob o som de teus gemidos!
Sem erros de ortografia,
pois os corrigiu seu corpo!
Será que não houve
palavras e,
por isso foi perfeita?
a
Gosto de amar você na chuva!
começam a invadir
o que resta da noite.
Olho a cama imensa
e o vazio da sua ausência,
invade minha alma,
como um vento frio
invade a casa por
alguma janela que
ficou entreaberta,
por descuido e,
me questiono porque
não fechei as
janelas da alma,
antes de deitar?
Fecho os olhos,
tento sentir a
calidez de teus lábios,
impossível:
te aliastes à distância!
Me detenho então,
a olhar a chuva,
como se cada gota
fosse diferente e,
deixo a vidraça embaçar,
só para escrever teu nome:
se você estivesse aqui,
tudo seria diferente,
gosto de amar você,
na chuva!
Publicado na Antologia 2008 - In Versus Veritas II, da Casa do Poeta de São Pedro do Sul - Ed. Evangraf.a
Olha para mim, amor!
com teus olhos
carregados de mistério.
Grave em mim sua voz,
ou sussura-me em silêncio.
Entrega-me a magia de
tua boca infinita,
exorciza-me com os beijos,
que meus lábios te pedem!
Acaricia minha alma
com este teu jeito,
terno e inquieto,
ao mesmo tempo.
E bebe de meu alento,
teu novo amanhecer.
Cresce junto comigo,
junto com minhas virtudes,
junto com meus defeitos e
junto com este desejo infinito,
que sempre me leva a ti.
Venha;
afianse-mo-nos juntos,
em um único tempo,
antes que nossa displicência,
resolva separar-nos!
a
Felicidade.
escorrendo na pele,
é o calor do sol no corpo
como uma carícia...
Felicidade é pensar,
sentir, escolher,
amar você!
Felicidade é a soma
de ternura, de vida, de nós dois!
Felicidade é saber,
que a busca ainda é finita,
é saber que vivo
a cada necessidade,
e minhas faltas
são infinitas,
mas que te amo,
te amo,
te amo!
a
Dúvida!
seja impossível,
tão só um desafio
que faça a mim mesmo.
Talvez seja aproximar-me
de um abismo,
pleno de incertezas
e de ausência!
Talvez viva adorando tua presença,
ainda que não possua
além disso nada mais,
talvez,
mantenha vivo meu desejo,
e te deseje,
ainda que seja uma loucura,
talvez,
isto me leve a amargura,
que significa o medo de querer-te,
ou talvez seja,
me aproximar da morte,
pensando sempre,
em ganhar tua ternura.
a
Ah! Se eu soubesse escrever uma poesia...
Eu a colocaria em todos os lugares,
pelos quais você costuma passar,
para que você soubesse:
- da felicidade que sinto quando estamos juntos;
- da saudade que sinto quando não estou contigo;
- da vontade que tenho de ter você!
Ah! Se eu soubesse escrever uma poesia,
Eu a colocaria em todos os lugares,
pelos quais você costuma passar,
para que você soubesse:
- das carícias que não fiz, mas que sonho em fazê-las;
- dos beijos sonhados, que ainda hão de acontecer;
- das juras de amor que ainda não trocamos!
Ah! Se eu soubesse escrever uma poesia,
Eu a colocaria em todos os lugares,
pelos quais você costuma passar,
para que você soubesse:
- que talvez ela não fosse a mais perfeita;
- que talvez ela não fosse a mais correta;
- mas com certeza, ela seria a mais bonita:
porque te falaria do meu amor!
Ah! Como eu queria saber escrever uma poesia,
Para colocá-la em todos os lugares,
pelos quais você costuma passar,
pois só assim você saberia:
- que em 20...., você foi minha melhor poesia!
a
Talvez, a morte, não pense igual..
buscando tua presença,
procurando encontrá-lo
na velha poesia.
Morrendo de saudade
e buscando recordações,
que me façam lembrar
de que fostes meu
um dia(outro dia)!
Seguirei forjando sempre
ilusões e esperanças.
Seguirei fazendo
de todas tuas lembranças,
um total!
Recordando como era
a velha melodia,
e a que sílaba teu ouvido e
tua alma estremeciam.
Recordando teu cabelo
enrredado em minhas mãos,
e tua voz cantando ao vento
um poema vadio (qual era mesmo?).
Estávamos juntos, então,
você também estava.
Sozinha estou agora,
sentindo a inclemência
de um tempo que não corre,
que estacionou em tua ausência.
Seguirei acreditando que talvez,
voltes amanhã.
Que por mais que morra o tempo,
não morrerá minha esperança.
Seguirei plantando flores.
Seguirei fazendo poesias,
que me recordem tuas coisas.
Seguirei forjando sempre,
ilusões e esperanças.
Seguirei fazendo
de todas tuas lembranças,
um total.
Se a vida não nos quis juntos,
talvez, a morte
não pense igual...
a
Lembrança.
com aquelas carícias,
seus beijos ímpares
e a paixão sem medida.
Te recordo ainda me
distribuindo sorrisos,
preenchendo meus momentos,
dormindo em meus braços,
de olhos abertos;
me aproximando do céu
e da primavera,
entregue em meus braços.
Te recordo com eras:
eras o do gemido,
às vezes um sorriso triste,
o olhar ausente,
e dos olhos brilhantes;
eras o do silêncio largo
e pavoroso,
e a palavra exata,
e a imensa ternura.
Eras o que me fazia
chegar a loucura
com carícias sutis
e gestos amorosos.
Hoje não estás,
a saudade me diz que
não estás aqui,
não importa se
esquecer de teu nome,
mas de tudo o resto,
jamais esquecerei!
a
Te necessito, faz frio!
e você não está aqui;
me judia este silêncio
e a garra da tua ausência,
cravada dento de mim.
Por ti que minha tristeza
se inaugura a cada dia,
por ti que minhas poesias
cada dia são mais tristes;
e meus olhos mais cinzentos
e meu olhar mais frio.
Te necessito
para sentir-me viva;
te necessito
para poder viver;
te necessito,
por isso é que te busco,
tudo é em vão
se você não está aqui.
a
Quero ficar assim!
com teus silêncios,
com tua mão entre as minhas.
E saber que ainda que o tempo
transcorra inexorável,
sempre que eu precise,
estarás ao meu lado.
Quero viver em ti,
em tua alegria,
estar em teus triunfos
e fracassos.
Quero tê-lo aqui
em minhas poesias,
que meus passos sigam,
o caminho da tua vida.
Quero seguir,
mirando-me em teus olhos.
Quero seguir,
sorrindo em tua alegria.
Quero saber,
que cada novo dia,
começa com um beijo de tua boca.
Assim, toda alegria será pouca,
comparada à alegria que possuo.
E seguir,
mantendo vivo meu desejo,
porque estás a meu lado,
aqui e agora.
E seguirei,
esperando cada amanhecer,
sabendo que a alegria
de tê-lo ao meu lado,
pode vencer meu medo
face à morte,
porque vivi com você,
todas minhas horas!
a
És fruto do meu amor!
não existias antes,
fui eu quem te imaginou!
Não...não acredito que existisses,
és fruto do meu amor.
Só ele poderia
te fazer assim...
Eu te amo.
De que jeito?
Infinitamente,
muito desesperadamente,
incondicionalmente.
Já não bastam para mim,
teu carinho,
e tua compreensão,
preciso te respirar.
Por isso sei
que só existes agora
aqui comigo.
E quando estou só
a saudade é tão
imensa, intensa
e tanta
que a sensação
é física,
me dói no peito,
na carne,
nos braços
vazios de ti...
Tu és minha
serenidade
e a minha paz.
a
Tua culpa!
sinto,
penso e desejo,
és tu!
Não por ti,
e sim, por mim.
Pela felicidade
que sinto,
se comigo estás.
Pela ventura suprema
de saber-te meu.
Pela doçura
que só teu carinho,
me faz sentir.
Pela calidez
do seu beijo.
Pelo êxtase
do teu abraço.
Tudo mais, inexiste
apenas eu em vibração
com a delícia, que é sentir
tua presença, comigo!
Tua culpa, se sou
assim egoísta!
a
Posso até negar que te quero!
que te quero,
porém, nunca, jamais,
que te esqueci.
Pois teu amor
na minha vida foi marcado e,
meu amor foi de tua vida
prisioneiro.
Posso negar, quem sabe,
que te quis,
porém, sei que estou mentindo e
me enganando;
pois teu amor
na minha vida foi marcado e,
e me concedeu os melhores
momentos de felicidade!
Posso pensar, talvez,
que fui um fracasso,
ao tentar unir nossos destinos;
porém, jamais acreditarei que
errei o caminho,
ao tentar fazer únicos nossos passos!
Posso dizer, quem sabe,
que não te quero;
Podes dizer, quem sabe,
que não te quis.
Posso pensar, talvez,
que fui um fracasso,
porém, não me arrependo
do que fiz,
pois recordo que,
fundida entre teus braços,
se passaram meus momentos
mais felizes.
a
De longe...
se fez verdade
ou, quem sabe,
pesadelo?...
O tempo
se fez carrasco
e a distância
o meu algoz.
Do riso
se fez silêncio,
da alegria,
desencanto.
De longe,
te sei comigo
e, cá dentro,
no meu peito,
és presença,
és meu alento,
és minha força
na espera.
E a lua,
fria, distante,
se fez, então,
a comparsa
deste amor
que, assim,
de longe,
se transformou
em saudade...
a
Frio da ausência.
e o vi flutuando ante meus olhos,
tão perto e tão longe,
perceptível,
impálpavel,
como você, agora.
Agora que aqui não estás,
e eu quisera que estivesses
como antes,
como sempre,
como antes de te tornares
uma lembrança,
uma triste e alegre lembrança,
que abriga minhas
manhãs ausentes de sol;
queimadas pelo frio de tua ausência,
que chega a cada noite
para dar um novo golpe
em meu coração
adormecido.
a
A distância não é como na matemática!
que necessita de fórmulas e cálculos
para resolvê-la.
A distância é um pouco de tudo,
meio indefinida,
é um pedaço que carrego de ti em mim,
é tudo o que impede alguém de ser feliz!
Ela é um desejo de saudade,
uma esperança bem pequenina.
A distância é como um muro,
que separa o amor e a amizade,
o amor e o silêncio.
Distância são lembranças
mal lembradas do passado.
É um acúmulo de cartas,
que ao ler, tu choras ou ris,
de poesias, de fotografias.
É a mercê do final.
É tudo o que você sente agora,
e não pode me falar,
Aquilo que sentes desejo de dizer-me
e não consegue.
É o desejo que eu sinto de tocar teu rosto,
beijar tuas mãos,
mas não alcanço você,
porque estás longe,
te aliastes à distância!
a
Publicado na Antologia 2008 - In Versus Veritas II, da Casa do Poeta de São Pedro do Sul - Ed. Evangraf.
Pudestes ser!
da minha manhã,
meu doce despertar,
com teu sorriso,
e a rosa na janela.
Pudestes ser minha ruela
e meu caminho.
Pudestes ser minha espera,
e minha chegada,
minha doce melodia,
minha carícia,
ou minha história de amor,
com final feliz!
Pudestes ser meu tudo,
e ser meu nada.
Pudestes ser a melhor
das minhas poesias;
ser meu calor, minha paz, meu ser,
mil noites de amor e mil sorrisos.
Pudestes ser tudo isso,
e sem remorso,
preferistes ser um terrível desacordo,
preferistes seguir, passar ao largo,
uma carícia em vão,
um trago amargo,
e ser em mim tão somente,
uma grande desilusão!
a
Estou aqui meu amor...
Estou aqui meu amor,
e não me vês,
faz um enorme momento,
que aqui estou,
entre tua sombra e teus sentidos.
Sou eu quem dirige teu sonhos,
sou eu a amante,
de um corpo inadvertido;
sou eu quem divaga frente a monotonia,
a que ama cada ângulo de teu corpo;
sou, talvez uma delirante
perseguida por teu nome,
fui tua amante, fui tua mulher,
hoje sou um espaço
vazio na tua vida.
Sou somente um segundo,
no tempo de teus dias,
uma flor no deserto,
uma estrela em pleno dia,
sou uma viva entre os mortos,
um nome a mais
em tua lista...
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Frio!
Assim me enlouqueces de tanta paixão,
me tiras o fôlego, a paz...o meu chão!
Já não ando, flutuo,
já não durmo, deliro,
como alguém que queima febril!
Quando chegas no meio da noite,
interrompendo meu sono e,
eu colho os beijos,
com gosto de vinho,
ofertados a mim e,
tua boca percorre
meus montes e planícies,
ardentes de ti!
Tuas mãos em silêncio,
desenham as curvas de meu corpo,
com tanta suavidade e,
ao mesmo tempo,
como uma "nau" sem rumo
ao encontro das ondas,
de um mar de paixão,
que eu guardo pra ti!
Acordo suada,
tremendo de frio,
mas não é o do "minuano"
que sopra lá fora!
Mas, sim da tua ausência
na cama ao meu lado,
e não posso apagar
esta ânsia incontida,
que clama por ti!
a