sábado, 24 de setembro de 2011

Para sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

 Carlos Drummond de Andrade foi um poeta brasileiro (1902 - 1987), também cronista, contista e tradutor. Entre suas obras de maior destaque, Alguma poesia, Sentimento do mundo e A rosa do povo.




Estou postando esta poesia em homenagem a minha mãe, que partiu há um ano deixando-nos um grande vazio e uma saudade sem fim.




quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Da luta...que vencerei!

Chegastes sorrateiro,
me atacastes sem aviso,
sem ética nem compaixão...
mas não me enganas não.
Não és tão poderoso assim,
não podes me dominar,
nem derrubar-me sem luta.
Sou forte e
nunca morri de susto.
Aviso-te que lutarei,
com honra e de igual para igual,
mas ao contrário de ti,
te avisarei do ataque e
comunico-te que vencerei!



Em agosto de 2011, tive diagnóstico de câncer de mama. Este foi meu desabafo naquele momento. Deixo de contribuição, a todos que passam ou passarão por momento semelhante, para que saibam: a vitória, dependerá de como você se posiciona diante do obstáculo.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Para você, meu amor...

Quisera esta noite tê-lo ao meu lado,
que beijassem minha boca
teus lábios de sal,
ter em meus braços teu infinito corpo,
e que a sede de meu corpo
se apagasse em teu mar.

Quisera ter a magia infinita do teu corpo,
talhado por minha tempestade,
que voltassem a minha praia
todos os teus beijos,
e minhas costas amantes
não os deixassem partir.

Quisera as duas luas
que teus olhos me oferecem,
e toda a oceania de teus sorrisos,
que recolha minha areia
a espuma de tua pele,
e que tua pele, minha areia
leve até teu mar.

Quisera, simplesmente
crer que é realidade,
que você está presente,
acompanhando minha saudade.
Minha saudade de rio,
que nunca...
verá o mar.
a

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Querendo esquecer-te.

Caminhei muito,
pensando em perder-te no caminho.
Tomei banho de alecrim,
para limpar a aura.
Comprei um galho de azevim,
para manter a calma.
Bebi energético,
pensando que o excesso de glicose,
te expulsaria das minhas veias,
mas não,
percebi que te abrigastes em minh'alma.
Andei pelas gondolas do supermercado,
lendo rótulos e informações incoerentes
ou irrelevantes,
para limpar a mente,
mas não,
a imagem continuava lá - irretocável.
Fiquei horas a fio a olhar o rio,
acompanhando o movimento
de uma partícula e,
quando menos eu queria
lá estava teu rosto...
Por fim, desisti!
Vou tomar um vinho,
e pedir aos Deuses,
que me façam esquecer de ti!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sobre meu nascimento e minha morte...

Não sei quando nasci,
nem o pressinto,
e nada pode assegurar-me,
quando se concretizou
meu nascimento.
Cada dia é nascer um pouco,
e outro pouco morrer,
é cada dia; quando partimos
ou quando voltamos,
nascemos e morremos,
que ironia!
Nascemos ao termos novas vivências,
morremos ao sofrer uma injustiça,
e crescemos às custas da inclemência,
do sofrer a cada dia com as notícias.
Nada pode dizer-me quando nasci,
se com o primeiro pranto,
ou com o primeiro golpe;
nasci ao sair do ventre de minha mãe,
e nasci ao me sentir mulher;
porém, tenho mil mortes;
que vivo a cada dia,
ao ver a injustiça em tantas coisas.
Enfim, quem sabe,
meu nascimento e minha lápide,
sejam a mesma coisa...
a

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Certo serias o meu amor!

Não sei o por quê,
mas sou assim:
gosto de ouvir o cantarolar,
em voz sonora, da clara fonte,
gosto de olhar o tremeluz,
das mil estrelas;
gosto da brisa com seu murmúrio,
pelo arvoredo sempre a brincar,
de esconde-esconde,
gosto da lua, canto pra ela
versos tão ternos,
cheios de amor....
Serão de amor os versos meus?...
Ah, se eu pudesse,
pudesse amar...
certo serias o meu amor!
E eu te diria coisas bonitas,
procuraria ver nos teus olhos,
a cor dos meus.
Por tuas mãos conheceria
o que é carinho,
o que é calor,
e dos teus lábios,
recolheria toda a ventura
de ser feliz...
O sonho é livre...
Que bom seria não despertar...
Tudo eu daria,
como eu queria poder amar e,
se eu amasse,
certo serias o meu amor!
a

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Cansei de amor de brinquedo!

"Cansei de amor de brinquedo,
eu quero amor de verdade!
Quero sentir que a saudade,
está judiando de mim,
não quero dizer amor,
com o coração sossegado,
de andar sorrindo sozinha,
até que falem de mim,
-talvez, me chamem de louca,
esta loucura, eu desejo!
Cansei de amor de brinquedo,
eu quero amor de verdade!"

Poema de meu saudoso profe de Literatura, santa-mariense Dr. Prado Veppo.
Apropriado ao momento.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Preciso fugir de você.

Como poderia explicar que ao ficar
a teu lado fico sem jeito!
Que meu coração pulsa em outro ritmo,
e que meu olhos fogem dos teus,
para que não vejas o efeito que me causas!
Não sei o que vem de você,
mas o que quer que seja,
não estou conseguindo entender.
Quero ter coragem pra te dizer,
que me perturbas mais do que eu gostaria.
Nunca o fiz e sei que não posso,
não consigo e não devo te tocar.
Preciso fugir de ti para não sofrer,
pois não posso mais errar de amor:
Não teria forças para levantar mais uma vez!
Corro por aí buscando de te encontrar
pra olhar em seus olhos e ver que não é assim
como estou a imaginar.
Mas quando te encontro,
não vejo o que queria ver
e só sinto nos braços a vontade de te envolver.
Meus sonhos desmoronam,
porque não posso ter você
Agora vou embora, antes do dia amanhecer.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Tu me olhas, tu me encantas!

Tu me olhas, tu me encantas;
não és um, não és dois;
tu és muitos e és o único
que eu encontro pelos sonhos...

Teu olhar tem correntezas
e eu queria ser vidente,
mergulhar nesta corrente
e apagar as incertezas.

Tenho sempre a impressão:
que teus lábios tem vontade,
que teus olhos, a ansiedade
de carinhos e emoção.

Mas tenho também ressábios
de que toda esta expressão
que se estampa nos teus lábios
seja só por atenção.

Tu me olhas, tu me encantas;
não és um, não és dois;
tu és muitos e és o único
que eu encontro pelos sonhos...

Nos meus planos te acrescento
embora saiba muito bem
que as melhores horas vêm
no improviso dos momentos.

E como sempre acontece
te espero, com o sonho pronto
e, antes que vivê-lo pudesse,
como queria, não te encontro!

Até que um dia de repente
a surpresa nos surpreenda
nestes furos de agenda
numa noite de amor quente.

Mas se o noite nos revela
em meio a sombra escura,
que a alma é doce e pura
e o amor não tem cancela.

Capaz é o sol, em pleno dia,
pelos gestos reprimidos,
de esconder na hipocrisia
bons momentos bem vividos!

Tu me olhas, tu me encantas;
não és um, não és dois;
tu és muitos e és o único
que eu encontro pelos sonhos...
a

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Será você o meu amor?

Considero-me em busca,
procuro alguma alegria,
paz, entendimento...
Procuro alguém,
que corresponda a meus desejos,
conhecidos e ocultos,
evidentes ou efervescentes...
que satisfaça minha sede,
de amor, de dignidade,
e que vivamos dedicados,
a este sentimento.
Procuro alguém,
que seja grande em gestos e atitudes,
que seja nobre, franco, inteligente,
com quem eu possa compartilhar,
vários momentos.
Que saiba entregar-se sem ressalvas e,
receber da mesma forma...
Que corresponda, aos mais
secretos anseios de meu coração,
e que eu sintonize também com
seus desejos...
Sei que estás perto de mim,
e quando falo "perto",
não refiro-me à distância,
e sim à almas, que se encontram...
Sinto que, nossas almas,
já comungam juntas,
divagam por noites enluaradas,
em sonhos latentes,
e nos mais loucos devaneios...
Nosso encontro é próximo,
é premente, e
quando encontrá-lo,
jamais permitirei,
que te afastes de mim,
meu querido e esperado amor!
Será você o meu amor?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Hoje é mais um dia esquecido...


Hoje é mais um dia esquecido,
em que meu corpo saudoso do teu,
relembrou meu querido amor de além mar,
que:
já não me consolas,
implorando beijos e carícias...
Queria tê-lo, me aguardando agora,
quando estou a chegar,
pronto para minhas investidas,
loucas, insanas ou suaves,
com meus lábios sedentos de ti,
como sempre foram...
Mas não, não queres mais
minhas carícias passeando
por tua pele!
Até em meus poemas,
tu recusas...
Sonho,
com a possibilidade de,
como antes, como sempre,
como quando sentia e,
ouvia teus sussurros...

Mas não, me negas o direito de materializar,
meus desejos que brotam dos poemas de amor...
que te dedico...
E do amor, meu querido amor de além mar...
nem sinto o sabor de teu beijo,
do teu toque nem de tuas carícias loucas...
Quando as lembro,
até os sussurros do vento me fazem vibrar,
até aqueles tremores em ondas,
quando chegavas em sussurros,
trazendo na voz o murmúrio do mar!
Sei que a brisa que trazias nas mãos e
acarinhava minha pele,
aquela leve brisa,
ficou apenas em poesia...
Na poesia nua,
onde eu descrevia minha vida,
por linhas e o louco amor que te dedico,
em desalinho!
Mas naqueles momentos,
meu querido amor de além mar,
ali eu tinha o tão sonhado amor...
E eu sorria, amava...
Amava sim, como dizes,
para o amor e desejo,
não existe razão,
e agora sei que nenhuma das teorias físicas
ou matemáticas, que aprendi a vida toda,
de nada, amor, de nada servem,
ou consolam com alguma explicação
do inexplicável, do inatingível...
E onde, em tudo havia um toque de vida,
havia esperança, havia sabor e
a expectativa do novo encontro,
de quais seriam as carícias,
loucas que trocaríamos...
E eu amava-te...
Hoje minhas poesias,
encontram-se sem cor,
quando antes eram nuas e vivas...
Partiram-se,
hoje são nuvens opacas...
ou quem sabe foram vãs e jamais existiram,
ou existiram só na minha imaginação,
partiram assim, em ondas de espumas...
Daquelas que vem e não voltam,
esvaem-se como cinzas no espaço!
Por que querer outro amor, coração?
Outro amor não...
Hoje eu sou gris...
não por um simples protesto,
mas em preparo para novo regresso,
talvez em blue!
Assim... em gris...
Ficarei algum tempo,
sem desejos de entregas,
pois já não me queres,
se é que algum dia o quis...
Não amarei agora,
esqueça-me coração insano...
Nada esperes de mim...
Minha alma foi sugada e está vazia,
não vive sem amor, sem norte...
coração sem alma enamorada...
Tudo hoje é gris...
nada é blue!
Uma sem futuro, incógnita e
sem nada a preencher,
num rubro coração inerte, sem nada!
Apenas o vazio,
de um coração desamado, sozinho!
Num hoje "gris" sem dor,
buscando o amor, um futuro...
Talvez em blue...
(chega, vou deitar-me,
na imensa cama vazia que me espera,
onde deveria estar você meu amor de além mar,
então esta poesia, não seria triste e sim;
escrita em teu corpo com tinta de beijos...
de amor)!!!