Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro eles alçam vôo como de um alçapão, eles não têm pouso nem porto alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti... (Mário Quintana)
sábado, 22 de novembro de 2008
Código das Ondinas e Nereidas.
a
a
Eu sou como a água,
nenhuma barreira poderá represar-me,
e impedir que eu me torne um Grande Oceano.
Se barrarem a minha passagem,
colocando grandes pedras em meu caminho,
me transformarei em torrente,
em cachoeira e saltarei impetuosamente.
Se me fecharem todas as saídas,
eu me infiltrarei no subsolo,
permanecerei oculta por algum tempo;
mas não tardarei a reaparecer,
e em breve estarei jorrando
através de fontes cristalinas,
para saciar deliciosamente,
a sede dos caminhantes nômades.
Se me impedirem também
de penetrar no subsolo,
eu transformarei em vapor.
Formarei nuvens e cobrirei os céus,
e chegando a hora,
atrairei furacões, maremotos,
provocarei relâmpagos e trovões,
desabarei torrencialmente,
inundarei e romperei qualquer barreira,
e serei finalmente,
um Grande Oceano.
a
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário