Sentada na escuridão,
apenas assisto:
minha roupa suja,
desfila na avenida,
no vendaval de abril.
Os fatos se sucedem,
é a roda da vida:
lembro do amor,
que nasceu do olhar,
do desejo de tocar,
do sentir a poesia,
da troca de versos,
incandescentes,
ardentes,
nem tanto simétricos...
Mas como sempre,
tentavas convencer-me,
que o amor, não sofria
a influência reta e
métrica da minha Matemática!
Muitas vezes,
vencemos as milhas que nos separam e,
juntos bebemos na mesma taça...
Sei que,
não foi o encontro da matéria,
mas real pelo sabor do beijo,
do toque,...
Prova-me isto,
que a Metafísica em muito,
supera a Matemática,
mas o amor é Matemático!
Pena meu amado,
que sabias tanto matemática,
quanto eu e,
os poemas ardentes,
perderam-se na profunda e abissal,
escuridão do teu olhar...
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