segunda-feira, 20 de abril de 2009

Como chamar-te para mim?

Sabes,
não sei mais,
como chamar-te para mim?
Se adiantasse...
iria gritar,
chorar,
derrubar um livro,
no teu caminho
(mas sabes - não gosto de lugar comum)!
Quem sabe,
uma pluma
sobre você,
como uma carícia...
Se adiantasse...
iria sorrir,
chorar,
derrubar uma lágrima,
na tua pele,
ou um beijo
na tua face,
feito criança...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Era uma vez...

Era uma vez uma ilha, onde moravam os sentimentos: a alegria, a tristeza, a vaidade, o amor, a sabedoria,...e todos os outros. Tudo corria muito bem, até que alguém avisou que a ilha seria inundada.
O amor apavorado, preocupou-se com o salvamento de todos os moradores, avisando-os para que fugissem.
Todos correram, pegaram seus barquinhos e foram em busca de um lugar seguro, mas o Amor esqueceu que ele também tinha que fugir, empenhado que estava em avisar aos outros.
Quando percebeu, quase era tarde demais, e pediu carona a um barco que vinha passando. Nele estava a riqueza, que disse não poder levá-lo, pois seu barco estava repleto de ouro e prata e não havia lugar para o Amor.
Nisso passou o barco da vaidade e o amor, gritou:
- Por favor, leve-me com você!
- Não posso, respondeu a vaidade, pois você pode sujar meu barco.
Logo atrás, vinha o barco da tristeza e o Amor tornou a pedir:
- Tristeza, leve-me com você!
- Ah, amor, eu estou tão triste, que prefiro ir sozinha.
Então, passou o barco da alegria. Mas, estava tão alegre, que nem viu o amor já desesperado, e este, achando que ficaria só começou a chorar. Então, passou um barquinho bem pequenino, com um velhinho que parou e disse:
- Suba, amor, que eu levo você!
De tão feliz, o amor esqueceu de perguntar o nome do velhinho. Quando chegou em terra firme, encontrou com a sabedoria e perguntou:
- Sabes, quem era o velhinho que trouxe-me até aqui?
Ao que ela respondeu:
- Sim, era o tempo.
- O tempo? Mas porque o tempo preocupou-se comigo? Foi o único que parou sem meu pedido e trouxe-me até aqui?
- Ora, porque só o tempo, é capaz de ajudar e entender um grande Amor.

Esta estorinha, me foi contada por meu avô, Maximiliano, quando eu tinha em torno de oito anos. Meu avô, era uma pessoa muito especial, senti muito sua partida, como a de meu pai (seu filho). Dias atrás lembrei-me sem mais nem menos dela e, achei importante registrá-la, para meu filho e, para todos que entenderam a beleza implícita, em uma estorinha contada para distrair uma criança.

E agora?...

O pensamento voou,
sentou na árvore da saudade e,
com carinho, sacudiu o galho e,
caiu pedaços de vida!
Vida...vida...vida...
Foi a tempo, muito tempo,
em que a árvore era clara,
o rio era limpo,
e tinha vida, muita vida.

O caminhar era clamo,
ninguém vinha atrás,
ninguém ia na frente.
A gente ia junto...
passou um dia,
depois outro,
depois o outro e,
você andou para o lado.
Foi afastando-se de mim e,
eu fui ficando só.

Veio a chuva,
veio o inverno,
o frio,
a noite,
o esquecimento,
o sono;
e então,
a árvore secou!

As folhas caíram!
Morte...morte...morte...
O rio ficou sujo,
a água escura e,
o andar era caótico,
vinha muita gente atrás!
Não se podia andar calmo e,
eu me perdi de você!
Onde está você?
Onde está você, meu amado?